martes, 16 de febrero de 2010

IGREJA DA LAPA - PORTO



Erguida no monte de Germalde, em Janeiro de 1755, a capela inicial era de pequenas dimensões. Nela era guardada a imagem de Nossa Senhora da Lapa, onde vinham muitos penitentes, sendo este o motivo pelo qual passou a chamar-se Capela de Nossa Senhora da Lapa das Confissões.



A planta do templo actual, em estilo Neoclássico, demonstra a proliferação de colunas e frontões, começou a ser executada em meados de 178... ficando concluída a escadaria em 1826. No entanto a torre do lado poente concluiu-se em 1855 e a outra em 1863.



A singularidade deste templo reside no facto de nele estar guardado o coração de D. Pedro I, Imperador do Brasil, que o doou ao povo portuense como prova de afeição e reconhecimento.



Na capela-mor, por trás duma pesada porta de bronze, está o coração de D. Pedro IV, oferecido à cidade pela viúva a Imperatriz D. Amélia de Beauharnais, cumprindo o desejo do marido. Cada 4 anos a porta é aberta, por funcionários da Câmara Municipal do Porto, de modo a poder substituir o líquido na jarra em que o coração está inserido.



O túmulo que guarda tal relicário apresenta num lado a bandeira de Portugal e no outro lado a do Brasil, ostentando ainda na parte superior as armas aspadas do Duque de Bragança.




O coração do Imperador do Brasil e Rei de Portugal( D. Pedro IV), está cuidadosamente guardado num vaso de prata dourada gravado com duas inscrições, sendo a primeira em latim e a segunda em português. Das quais se transcreve:
« D. Pedro, Duque de Bragança, fundador da liberdade pública, seu doador e vingador havendo, por impulso da Divindade e com a sua grandeza de alma, aportado às praias do Porto (Memória - Lavra - Matosinhos) e tendo ali, com o seu exercito (que descansou no largo da feira em Pedras Rubras - Moreira - Maia) e pela grande e quase incrível ajuda que lhe prestaram os Portuenses, vingando ao mesmo tempo e com justas armas, a Portugal, tanto do tirano que o oprimia como de toda a sua facção, elegendo o Duque, por isto mesmo, e ainda em vida, aquele lugar onde tão magnanimamente expôs a própria vida pela Pátria, para nela, depois da morte, descansar o seu Coração. Amélia Augusta, amantíssima consorte do Duque, querendo, de boa vontade, cumprir o voto de seu Esposo, colocou, reverentemente, nesta urna, os despojos mortais do Coração do seu marido.»











A inscrição em português reporta-se a uma proclamação dirigida por D. Pedro IV ao povo Portuense, aquando da sua visita à Invicta em 1834:
«...Eu me felicito a mim mesmo por me ver no teatro da minha glória, no meio dos meus amigos Portuenses, daqueles a quem devo, pelos auxílios que me prestaram durante o memorável sitio, o nome que adquiri, e que honrado, deixarei em herança aos meus filhos.»





A Irmandade de Nossa Senhora da Lapa foi instituída em 1755 pelo Papa Bento XIV. No dia 17 de Julho de 1756 foi começada a construir a Igreja, de modo a substituir uma capela mais pequena.





No coro-alto foi colocado em 1995 um órgão de tubos da autoria do mestre-organeiro alemão Georg Jann. Trata-se do maior órgão da Península Ibérica.




Esta igreja foi um projecto do arquitecto José Figueiredo Seixas. Igreja de uma só nave, com cobertura de madeira. Destaque para o granito lavrado do arco-cruzeiro. Na capela-mor podemos admirar um retábulo, estilo Luís XVI, desenhado pelo escultor Simão de Brito, e um painel, da autoria de Joaquim Rafael.





LOCALIZAÇÃO
Largo da Lapa - Porto
4050-069 PORTO
Distrito: Porto
Concelho: Porto
Freguesia: Cedofeita

HORÁRIO
Todos os dias:
08.00-12.00/ 14.30-17.00
PREÇOS
Entrada Grátis

martes, 2 de febrero de 2010

FESTAS DA SENHORA DA AGONIA - VIANA DO CASTELO



As Festas de Nossa Senhora da Agonia, em Viana do Castelo, estão consideradas como «a romaria das romarias».





O culto remonta-se ao século XVIII e tem como traço marcante a devoção das pessoas ligadas à arte piscatória. Com esta festa, homenageiam e agradecem as graças recebidas nos momentos de angustia, aquelas tragédias que trazem as tempestades no mar, os naufrágios.





Muitos factores concorrem para tornar atraentes estas festas. Sendo o mais destacável: a sua riqueza etno-folclórica; pela inigualável gama dos seus trajes; a indiscutível arte dos seus pirotécnicos, que puseram todo o seu saber ao serviço de Viana.
Mordomia, Gigantones e Cabeçudos, Cortejos, Festa do Traje, Feira de Artesanato, Arraiais Minhotos, Tapetes Floridos, Procissão ao Mar, Cantares ao Desafio e três distintos Fogos de Artifício iluminam a cidade, o rio e o mar…






A festa do traje teve início no jardim público no ano de 1931.






A tarde de sábado é um momento ansiado pelos visitantes que querem ver o Cortejo Etnográfico. Dura cerca de três horas, reproduz as tradições e a cultura do Alto Minho de inícios e meados do século XX, mostrando os trajes tradicionais minhotos; onde a figura das noivas é muito importante, pois vão vestidas com os trajes tradicionais e ricamente ornamentadas com ouro e filigrana. Também se podem admirar os mais belos trajes de mordoma e lavradeira, vestidos por minhotas que ostentam ao peito autênticas obras de arte em ouro.












A romaria não pode ocorrer antes do dia quinze nem depois do dia vinte e cinco de Agosto.












Foi no dia 20 de Agosto do ano de 1968 que se fez pela primeira vez a Procissão da Senhora da Agonia ao mar. Um dos momentos altos da Festa é exactamente a procissão fluvial, com a imagem da Santa a passar no rio Lima. Zona onde também decorre o fogo de artifício. Ambos acontecimentos atraem muitos visitantes e turistas por serem de grande beleza e animação.









A festa continua… tocam as concertinas, rodopiam os "Gigantones e Cabeçudos" ao som dos bombos dos "Zés Pereiras", dançam as lavradeiras… A grandiosa "Serenata" de fogo de artifício ilumina toda a cidade, começando pela ponte de Gustave Eiffel, passando pelo Castelo de Santiago da Barra, até ao Templo-Monumento de Santa Luzia.









Viana do Castelo é cabeça de Distrito da Provincia do Minho, ao Norrte de Portugal




Estas fotografias, tão magníficas, que acabais de contemplar, são obra dos meus amigos, Fátima e Augusto, grandes admiradores desta FESTA; que gentilmente me cederam para este fim, e para nosso enlevo.
Aqui deixo constância deste feito, e a eles rendo homenagem.